terça-feira, junho 12, 2007

Ana Caldas fora da CNB


notícia site Radio Ranascença

11-06-2007 11:43

Directora da Companhia Nacional de Bailado dispensada
O Governo decidiu juntar Bailado e Ópera numa única instituição e dispensou a directora da Companhia Nacional de Bailado (CNB).Em declarações à Renascença, Ana Pereira Caldas não poupa críticas à decisão do Executivo.A mulher que até agora dirigiu a CNB lamenta que o Governo não tenha rentabilizado a sua experiência nas direcções da Escola de Dança do Conservatório da Companhia para a OPART – a empresa pública que vai gerir o São Carlos e a CNB.Ana Pereira Caldas confessa que não se revê na maneira como a OPART foi desenvolvida, “porque foi criada um pouco à revelia das próprias casas”, mas diz que, quando a ministra Isabel Pires de Lima lhe falou no assunto, não se mostrou completamente contra.Foi mais tarde, quando foi criado um grupo de trabalho para o efeito, que veio a surpresa: “Nem eu nem o Sr. Pinamonti fomos chamados”.Assim, à semelhança do que aconteceu com o director do Teatro Nacional de São Carlos, o Ministério da Cultura não renovou, no final do último mês, a comissão de serviço a Ana Pereira Caldas na direcção da Companhia Nacional de Bailado.Em declarações exclusivas à Renascença, a até agora directora da CNB confessa estar magoada pelo modo como tudo aconteceu e diz que nunca foi ouvida sobre os projectos do Executivo.“Não acredito em mudanças impostas. Esse processo magoou-me, porque foi de muito pouca consideração para com as pessoas – tanto o Dr. Pinamonti como eu – que estiveram num processo de grande envolvimento e de grande empenho e que de repente se vêem completamente postos de fora do barco”, critica. Ana Pereira Caldas questiona ainda a junção da administração da Companhia com a do Teatro Nacional São Carlos, “porque a ópera e a dança juntos têm sempre um resultado muito difícil de contrariar – a ópera sobrepõem-se à dança”. “Por outro lado, acho que estamos a ir no sentido inverso das companhias de dança na Europa”, adverte. Recordando os seis anos que esteve à frente da CNB, afirmou terem sido de “um grande sufoco orçamental, com imensas dificuldades”. Porém, reconhece os progressos feitos – visibilidade, nacional e internacional, e “um aumento exponencial de público”. Ana Pereira Caldas deixa a Companhia no ano em que esta completa 30 anos de actividade. Contactado pela Renascença, o secretário de Estado da Cultura, Mário Vieira de Carvalho, não quis comentar as críticas de Ana Pereira Caldas. Sublinhe-se que o programador do Teatro Camões, MarK Deputter, afirmou numa entrevista que deixaria o cargo em solidariedade com a directora da CNB e por discordar da criação da OPART.

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