sexta-feira, novembro 30, 2007

Despejados


Companhia de dança despejada do palácio

MIGUEL A. LOPES / LUSA

Palácio albergava sete bailarinos e um guarda, mas a polícia diz que havia perigo iminente de catástrofe
APolícia Municipal (PM) iniciou, ontem de manhã, uma operação de despejo do espólio da Companhia de Dança de Lisboa (CDL) do Palácio dos Marqueses de Tancos, em Lisboa. Segundo fonte camarária, a CDL tinha sido notificada pela autarquia do despejo, tendo 90 dias para sair. No decurso da acção, os ânimos aqueceram e o director da companhia acabou por ser detido, acusado de agredir uma agente polciial.
Segundo André Gomes, comandante da PM, existia "perigo iminente de uma catástrofe", dado o mau estado em que se encontravam as instalações à guarda da CDL, fundada em 1984 por José Manuel Oliveira. Várias botijas de gás, fritadeiras eléctricas, uma delas em funcionamento, cabos eléctricos descarnados, ligações eléctricas precárias, foram algumas das situações encontradas pelos agentes.
José Manuel Oliveira, que foi detido após ter agredido uma agente, foi presente ao Ministério Público, acabando por sair em liberdade ao final da tarde. "A agressão foi um gesto irreflectido quando fechava o portão", reconheceu.
Ainda assim, o responsável não poupou críticas à Câmara de Lisboa. "Estou sem nada. Apenas com a roupa que tenho no corpo. Não tenho os meus produtos de higiene nem os meus medicamentos", referiu, acrescentando sentir-se "humilhado" pela autarquia. Qualificou ainda o despejo iniciado ontem, que hoje deve prosseguir, como "um acto nazi" porque, justificou, "não respeita os direitos de uma instituição que dignificou este palácio". Relativamente aos bailarinos também desalojados, afirmou não ter conseguido "entrar em contacto" com eles e manifestou-se "preocupado com a imagem que tudo isto dá de Portugal", já que três deles são mexicanos, dois belgas e uma luso-canadiana.
O espaço ocupado pela companhia no Palácio dos Marqueses de Tancos, edifício do século XVI que sobreviveu ao terramoto de 1755, servia para habitação de sete bailarinos e um guarda, que foram igualmente desalojados. A questão do acolhimento do guarda, um homem de 78 anos, que não era funcionário camarário, "está a ser tratada entre a Câmara e a Santa Casa da Misericórdia", disse o director municipal da Cultura, Rui Pereira.

quinta-feira, novembro 29, 2007

Danças que mudaram a Dança


Trisha Brown mostra coreografias que mudaram a dança
Plantão Publicada em 29/11/2007 às 13h00mO Globo Online
O 'varal' de 'Floor of the forest'. Foto: divulgação
SÃO PAULO - A coreógrafa norte-americana Trisha Brown é um dos grandes nomes da dança contemporânea. Sua ousadia ao dançar em locais públicos, como telhados de Nova York, galerias e parques, a inspiração em movimentos cotidianos e o desafio à lei da gravidade fizeram com que ela mudasse o conceito de dança na década de 70. Pela primeira vez, os brasileiros terão oportunidade de conferir suas criações revolucionárias, misturas de instalação e performance.
Seis coreografias criadas pela artista nos efervescentes anos 70 serão apresentadas no Sesc Avenida Paulista até sábado, dia 1 de dezembro. As obras "Accumulation", "Floor of the forest", "Sticks", "Group primary accumulation", "Figure eight" e "Spanish dance" também foram apresentadas recentemente na Documenta de Kassel de 2007.
Em "Spanish dance", cinco mulheres percorrem o palco ao som da canção "Early morning rain", de Gordon Lightfoot, cantada por Bob Dylan. O movimento espalha-se por meio do toque, que desperta cada uma das bailarinas. Ao som de The Grateful Dead, "Accumulation" mostra como gestos se acumulam até formarem uma seqüência coreográfica. Cada movimento é como uma nota musical, que vai sendo combinada a outras para compor uma frase.
Um varal estilizado chama a atenção da platéia em "Floor of the forest". Os bailarinos se movimentam entre as cordas e roupas estendidas na horizontal. "Group primary accumulation" é apresentada por quatro dançarinos, que começam a cena inertes e dispostos eqüidistantes uns do outro em linha desde a boca de cena até o fundo do palco. Executam a peça em uníssono, produzindo séries de gestos que se acumulam, enquanto giram seus corpos.
Os bailarinos de "Sticks" têm uma vara na cabeça. A outra extremidade da vara está presa na parede ou na cabeça de outro bailarino. A cena inicial de "Figure eight" imita uma aeromoça que demonstra as medidas de segurança de vôo a uma fila de pessoas.
Os interessados em saber mais sobre o trabalho de Trisha Brown e entender porque a linguagem da coreógrafa continua a ser inovadora podem participar de um bate-papo com a crítica de dança Helena Katz no dia 30 de novembro.

Intervenção Policial

in Expresso Online
Intervenção policialCompanhia de Dança de Lisboa despejada do Palácio dos Marqueses de Tancos
O director da companhia, José Manuel Oliveira, encontra-se detido por ter agredido uma agente.13:30 Quinta-feira, 29 de Nov de 2007 Aumentar Texto Diminuir Texto Enviar por email Link para esta página ImprimirLink permanente: x
A Polícia Municipal (PM) esteve durante a manhã de hoje, quinta-feira, a despejar o espólio da Companhia de Dança de Lisboa (CDL) instalada no Palácio dos Marqueses de Tancos, na rua da Costa do Castelo, em Lisboa.A PM entrou no Palácio cerca das 8h00, em cumprimento de uma ordem do executivo camarário, disse à Lusa o sub-intendente André Gomes, comandante daquela força de segurança.
Segundo o comandante da PM, existia "perigo iminente de uma catástrofe", dado o mau estado em que se encontravam as instalações à guarda da CDL, companhia fundada em 1984 por José Manuel Oliveira.
Várias botijas de gás, fritadeiras eléctricas, uma delas em funcionamento, cabos eléctricos descarnados, ligações eléctricas precárias, foram algumas das situações encontradas pela polícia que levaram a pedir a intervenção dos bombeiros.
O director da companhia, José Manuel Oliveira, encontra-se detido por ter agredido uma agente policial e será hoje presente ao Ministério Público, disse fonte policial.
O espaço ocupado pela CDL no Palácio dos Marqueses de Tancos, edifício do século XVI que sobreviveu ao terramoto de 1755, servia também para habitação de sete bailarinos e um guarda, que foram igualmente desalojados.
Três dos bailarinos, de nacionalidade mexicana, irão pedir apoio à embaixada do seu país, assim como os dois bailarinos belgas. Uma bailarina luso-canadiana tem família em Lisboa que a irá acolher.
O palácio evidencia graves danos patrimoniais, nomeadamente azulejos quebrados, tectos abertos, escadas e soalhos degradados e em risco de abatimento.
No local, o director municipal da Cultura, Rui Pereira, afirmou que a Câmara de Lisboa não tinha qualquer conhecimento "do deplorável estado de conservação do palácio, porque desde há dez anos o director da companhia não deixava entrar nenhum funcionário camarário, tendo inclusive mudado as fechaduras do portão".
Para retirar todo o espólio da CDL foram utilizados três camiões de quatro toneladas cada e ainda algumas carrinhas de caixa alta da polícia municipal.

terça-feira, novembro 27, 2007

Béjart suiço

Béjart tinha adquirido nacionalidade suíça em JaneiroO coreógrafo Maurice Béjart, falecido na passada quinta-feira em Lausanne, aos 80 anos, tinha adquirido em Janeiro último a nacionalidade suíça, informou o chanceler do Cantão de Vaud, Vincent Grandjean, confirmando notícias da imprensa local.
A doença impediu-o de cumprir a última formalidade - prestar juramento - mas, «a partir do momento em que a autorização federal chegou, em Janeiro último, Maurice Berger [nome de baptismo do coreógrafo] era juridicamente suíço», explicou Grandjean, presidente da administração cantonal.
O «ritual» do juramento perante o governo do Cantão de Vaud fora «adiado duas vezes» por causa da débil saúde de Béjart, mas «a sua morte não põe em questão o facto de que tinha a nacionalidade suíça», insistiu.
Lausanne dera «luz verde» à naturalização de Béjart através de um processo simplificado, uma vez que ele tinha já o título de «cidadão honorário», assinalou, por seu lado, o presidente da câmara da cidade, Daniel Brélaz.
O consulado-geral da França em Genebra indicou não ter conhecimento da «naturalização suíça» de Béjart, observando, porém, que, a confirmar-se, tal facto «não lhe retira da nacionalidade francesa».
Béjart, cujo corpo será incinerado terça-feira em Lausanne, estabeleceu-se nesta cidade suíça em 1987, depois de ter deixado Bruxelas, onde dirigia a sua companhia de ballet desde 1960.
RMM.
Diário Digital / Lusa
27-11-2007 7:40:00

sábado, novembro 24, 2007

Maurice Béjart (1927-2007) - I

Morreu o coreógrafo que quis democratizar a dança
por ANA MARQUES GASTÃO, DN

Popular, Maurice Béjart tinha mais de 250 bailados no seu repertórioEra divertido, não se levava demasiado a sério, mas marcou gerações, recusando sempre a ideia de estilo único. Com mais de 50 anos de actividade, o coreógrafo e ex-bailarino Maurice Béjart morreu, ontem, no Centro Hospitalar de Lausana (Suíça), onde dirigia, há 20 anos, o Béjart Ballet de Lausanne. A notícia foi dada pelo escritor Francois Weyergans, Prémio Goncourt 2005, e amigo íntimo do artista. Tinha 80 anos.
O criador de Boléro, com música de Maurice Ravel (1960), popularizado pelo filme de Claude Lelouch Les Uns et Les Autres, havia sido hospitalizado pela segunda vez em um mês para ser submetido a um tratamento cardíaco e renal. Acompanhava, no entanto, diariamente o trabalho da companhia e, em particular, os ensaios d'A volta ao mundo em 80 minutos, cuja estreia mundial está prevista para 20 de Dezembro, no Théâ- tre de Beaulieu, em Lausanne.
Obra vasta a sua, a de um corpo vigoroso e ágil. Rosto escultórico, riso alto, elevado sentido musical, tinha mais de 250 coreografias no repertório e o estatuto de estrela. O mundo da dança contemporânea mal o evoca, porém, talvez injustamente, ele que criou a emblemática escola Mudra, em Bruxelas (1970), a de Dacar (1977) e a escola-atelier Rudra em Lausana (1992) , talvez porque tenha merecido, por parte do público, a condenação da popularidade e feito concessões à facilidade.
Fundador do Ballet du XXe Siè- cle, a passagem para o Béjart Ballet Lausanne (1987) efectuou-se em continuidade, mas a verdade é que o Béjart respeitado é o Béjart de antes, que Portugal ainda viu, por várias vezes, nomeadamente pela mão do Ballet Gulbenkian em, por exemplo, Webern Opus V. Vasco Wellenkamp, ex-coreógrafo residente desta companhia, hoje director da CNB, considera-o um "filósofo da dança, um esteta", enquanto nomes como Larrieu dizem que, nos anos 70, graças a ele, passou a poder comprar-se posters de bailarinos a caminhar nos passeios.
Nomes dos mais relevantes da dança contemporânea como Maguy Marin, Catherine Diverrès, Michèle Noiret, Anne Teresa de Keersmaeker, entre outros, passaram, todavia, pela escola Mudra e aí receberam ensinamentos do autor de uma das versões mais conhecidas de A Sagração da Primavera, de Igor Stravinsky (1959). Béjart escreveu ainda memórias, peças de teatro, foi realizador e encenador de ópera.
Há ainda quem associe Messe pour le temps présent (1967) ao Maio de 68. Não admira, foi expulso de Portugal por Salazar, no mesmo ano, por ter tomado posição contra as ditaduras. Foi Béjart quem noticiou, quando da apresentação do Romeu e Julieta, no Coliseu de Lisboa o assassínio de Robert Kennedy. Seguiram--se 20 minutos de aplausos. Traria a Lisboa, já depois de 74, essa obra.
Raramente reivindicado, Béjart era um contador de histórias, um comunicador. Não seria um pioneiro no sentido de Merce Cunnigham, nem um criador de um movimento ou de um estilo sequer, mas, no domínio da pedagogia, há unanimidade de opiniões quanto à força do seu contributo. Erotizou, por outro lado, o corpo masculino, vestiu-o de jeans, desamarrou-o dos códigos clássicos, assexuados. Idealizava a mulher.
Bem e mal-amado, Béjart fica, porém, associado à liberdade e à democratização da arte. Afinal, não resistiu a um público que o idolatrava.

«Pedro e Inês» em Moscovo

Bailado «Pedro e Inês» recebido com reticências em Moscovo
O bailado «Pedro e Inês», apresentado pela Companhia Nacional de Bailado na capital russa, no âmbito do Festival Dance Inversion, foi recebido com reticências pelos críticos de arte russos.
«Só um louco ou um português pode levar ao palco a história verdadeira dos principais amantes portugueses», escreve Tatiana Kuznetsova, crítica de dança do diário Kommersant.
Segundo Tatiana Kuznetsova, no espectáculo encenado por Olga Roriz «o elo mais fraco é a longa dança inicial, O Sono de Inês, rico em movimentos estáticos».
«Sete baitalinas (sete imagens da beldade castelhana) vivem, em sete monólogos, uma visão profética: a própria morte. As artistas, bem ensinadas, desempenham os seus solos com uma expressão fanática, mas a sua verbosidade patética parece demasiadamente longa e exageradamente melodramática«, qualifica a crítica.
«O rei Afonso - prossegue - acrescenta dissonância: durante todo esse tempo, o monarca, em convulsões no trono e fazendo caretas terríveis à própria coroa, desempenha o papel de mau no estilo do antigo teatro de pantomina».
A crítica considera, porém, que «o espectáculo é salvo precisamente pelas cenas mais arriscadas», e realça momentos como o «adágio de amor de Pedro e Inês» e «a exumação encantadoramente bela do cadáver (de Inês)».
«No entanto - insiste - está longe de ser perfeita. A longa procissão do rei com o cadáver de Inês e a cena igualmente longa da coroação da morta são muito estragadas pelo trono idiota... parecido com uma cadeira de estomatologia ou ginecologia«.
Numa nota final, ressalva que »todas as falhas deste bailado incorrecto são compensadas pela simplicidade e sinceridade dos sentimentos de que são capazes só os habitantes da Península Ibérica, periferia europeia da dança moderna que ainda não foi atingida pelo reflexo auto-destruidor dos vizinhos setentrionais mais apurados«.
Anna Gordeeva, crítica do diário Vremia Novostei, é menos clemente com o bailado encenado por Olga Roriz.
Segunda ela, várias vezes a música parece não coincidir com a dança no palco.
«A música aqui (uma mistura de sete autores...) estremece monotonamente, não coincidindo de forma alguma com a expressão dolorosa do pesadelo nocturno», escreve a crítica, referindo-se a «O Sono de Inês».
«A cena impressiona novamente, mas uma vez mais não coincide de tal forma com a música que parece que puseram a tocar outro fonograma por engano», acrescenta, a propósito da cena do assassinato de Inês.
«No fim de contas, a nossa versão sobre os sofrimentos do monarca por uma pessoa perfidamente assassinada também não pode ser considerada feliz: Ivan, o Terrível poderá ser ainda mais tenebroso», conclui Anna Gordeeva, comparando o drama português ao assassinato do filho do czar Ivan, o Terrível, pelo próprio pai.
«Talvez valesse mais se o bailado de Portugal trouxesse obras de coreógrafos cujos nomes provocam inveja aos amantes de teatro de Moscovo», escreve ainda o diário «Vedomosti».
Diário Digital / Lusa
19-11-2007 13:28:00

segunda-feira, novembro 19, 2007

despejo de bailarinos

Câmara insiste no despejo de bailarinos
arquivo JN
Era Sampaio presidente da CML quando o espaço foi cedido à CDLCâmara insiste no despejo de bailarinos Odirector da Companhia de Dança de Lisboa (CDL) acusou ontem a Câmara Municipal de Lisboa (CML) de querer destruir a companhia ao não apresentar argumentos nem alternativas à acção de despejo do Palácio dos Marqueses de Tancos, na costa do Castelo. A poucos dias de comemorar 20 anos de actividade, que se assinalam no dia 21 de Novembro, a CDL antecipou as comemorações e realizou ontem um "concerto de protesto" de música barroca e dança clássica para "chamar a atenção dos cidadãos de Lisboa para a falta de nível e de respeito que os políticos têm para com a cidade". No centro da polémica está a acção de despejo que a autarquia lisboeta decretou à CDL para que a companhia abandone as actuais instalações no Palácio dos Marqueses de Tancos e para a qual, de acordo com o director da CDL, José Manuel Oliveira, não foi dada qualquer explicação ou alternativa. "[A Câmara Municipal de Lisboa] não deu alternativa nenhuma porque não tem outro interesse que não seja destruir a Companhia, porque nós fazemos muita sombra a muitos parceiros corruptos que apoiam e têm apoiado os políticos de Lisboa", acusou José Manuel Oliveira, em declarações à agência Lusa. De forma muito directa, o director da companhia disse estar a falar dos programadores dos teatros da cidade "que vivem das comissões que recebem de quem lá actua" e que têm fechado as suas portas à Companhia de Dança de Lisboa. "A nós fecharam-nos os teatros para dizerem que nós não existimos, tudo em combinação com os políticos para poderem dizer não fazem nada, mas isso é mentira porque nós temos uma actividade imensa fora de Lisboa e no estrangeiro", garantiu. As acusações não ficaram por aqui. O director da Compnahioa de Dança de Lisboa apontou também o dedo ao Ministério da Cultura, que acusou de discriminação, e, também, ao antigo vereador da Cultura da autarquia lisboeta durante o mandato de Carmona Rodrigues, José Amaral da Costa.Costa não comentaContactado pela Lusa, o assessor do presidente da CML limitou-se a dizer que António Costa não está para já interessado em falar sobre este assunto e que não comenta a acção de despejo. A Companhia de Dança de Lisboa ocupa o Palácio dos Marqueses de Tancos desde 1993 ao abrigo de um protocolo assinado com a autarquia, na altura presidida por Jorge Sampaio. A CDL existe desde 1984, tem actualmente oito bailarinos e estreou este ano um novo espectáculo em Santiago de Compostela, Espanha, e está actualmente a preparar uma digressão.

quinta-feira, novembro 15, 2007

resistencia ao despejo

Companhia de Dança de Lisboa resiste a despejo
LUÍSA BOTINASO fundador da Companhia de Dança de Lisboa (CDL) garante que só por cima do seu cadáver a câmara da capital tomará conta do espaço ocupado por aquela instituição no Palácio dos Marqueses de Tancos, à Costa do Castelo, centro histórico da cidade.
José Manuel Oliveira, fundador e director daquela companhia, lamenta que o "actual presidente do município tenha optado por avançar com a acção de despejo contra a CDL e nem sequer se tenha disponibilizado a visitar-nos para conhecer o trabalho realizado e o que fizemos para melhorar este espaço que se encontrava muito degradado quando para aqui nos mudámos".
A CDL, fundada 1984, ocupa os andares nobres do Palácio dos Marqueses de Tancos, desde 1993, ao abrigo de um protocolo assinado com João Soares, renovável a cada dez anos. "Estou tranquilo, o protocolo é válido até 2013", disse ao DN José Manuel Oliveira.
A autarquia lisboeta, já sob a gestão socialista de António Costa, notificou o director da CDL, dando oito dias (que se completam para a semana) à instituição para sair. "Mas isto não é uma casinha", afirmou ao DN. Aquele responsável diz-se alvo de acções persecutórias por parte do Município de Lisboa sobretudo desde que, sublinhou, "denunciei as irregularidades que se cometeram no andar de baixo do palácio, quando a EGEAC (Empresa de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural) fez obras para aqui se instalar, sem que os trabalhos tivessem sido acompanhados pelas entidades de defesa do património", salientou. José Manuel Oliveira destaca "o contributo que a CDL tem dado para divulgação da cultura no estrangeiro" e garante que tem investido na melhoria das instalações da Costa do Castelo, "apesar do esforço financeiro, e de não sermos subsidiodependentes, pois vivemos das receitas dos espectáculos e das actividades que aqui promovemos (aulas de dança)". O director da CDL denunciou haver "jogos de interesse" relativamente ao palácio.
Contactado pelo DN, o presidente da câmara afirmou não estar informado sobre esta situação.

quarta-feira, novembro 14, 2007

CDL com acção de despejo :(

Companhia Dança Lisboa contesta acção de despejo da Câmara

A Companhia de Dança de Lisboa (CDL) contesta a acção de despejo do Palácio dos Marqueses de Tancos, na costa do Castelo, de que é alvo por parte da Câmara de Lisboa, tendo colocado na internet um abaixo-assinado para sensibilizar a autarquia.
José Manuel Oliveira, fundador e director da CDL, afirmou à Lusa que «tudo se fará para impedir este despejo», que qualificou de «injusto», tanto mais que a companhia ocupa os salões nobres do palácio ao abrigo de um protocolo assinado em 1993, quando era Jorge Sampaio o presidente da Câmara.
«Esse protocolo foi assinado por dez anos, sendo automaticamente renovável», assinalou José Manuel Oliveira.
O mesmo responsável indicou estar online o abaixo-assinado «Não ao despejo e consequente extinção da Companhia de Dança de Lisboa» - http://www.petitiononline.com/NdespCDL/petition.html - mas não excluiu o recurso aos tribunais.
«O nosso advogado está a analisar o processo e não excluímos a possibilidade de recorrer aos tribunais», disse.
José Manuel Oliveira afirmou ter evitado «o estado de iminente ruína» que o palácio corria «dados os vários desmandos de que o edifício foi alvo».
O palácio, que resistiu ao terramoto de 1755, foi vendido pelos marqueses de Tancos aos Armazéns do Chiado em 1875, para acompanharem o rei D. Miguel no seu exílio na Áustria.
Os Armazéns do Chiado instalaram nele escolas e fábricas após o 25 de Abril de 1974 e em 1980 venderam-no por 35.000 contos à Câmara de Lisboa «para o defender da destruição que estava a ser alvo».
«Desde que a CDL tomou conta dos andares nobres do palácio em 1986 já gastou mais de 300.000 euros em obras de restauro», referiu Oliveira, que denunciou haver «jogos de interesse» relativamente ao palácio e se declarou «alvo de perseguições».
A CDL «é a única companhia independente em Portugal, que não recebe qualquer subsídio», salientou.
À história do palácio está ligado o pintor Carlos Botelho que ali instalou o seu atelier.
O atelier do «pintor de Lisboa» é actualmente a casa de um guarda «ali colocado por Irisalva Moita, na altura directora dos museus municipais que queria travar a delapidação deste património», indicou ainda Oliveira.
A CDL existe desde 1984, tem actualmente oito bailarinos e estreou este ano um novo espectáculo em Santiago de Compostela (Noroeste de Espanha, «Na abertura do horizonte - a Cidade da Utopia», dedicado a José Afonso e a Agostinho da Silva, estando actualmente a preparar uma digressão.
A Lusa tentou, sem resultado, obter declarações de responsáveis da Câmara de Lisboa sobre esta matéria.
Diário Digital / Lusa
14-11-2007 16:06:00

Historia pela Dança n"Os Franceses"


associativismo in rostos.pt - o seu diário digital
Barreiro - S.D.U.B. “Os Franceses” anuncia futuras iniciativasTeatro, fotografia digital e dança
Barreiro - S.D.U.B. “Os Franceses” anuncia futuras iniciativas
Teatro, fotografia digital e dançaAmanhã realiza-se, às 21horas, a palestra “Viagem pela História através da Dança”
A Sociedade Democrática União Barreirense “Os Franceses” anuncia as actividades para os próximos meses, sendo que amanhã, dia 14 de Novembro, se realiza no salão da colectividade, pelas 21 horas, a palestra “Viagem pela História através da Dança”, um colóquio que conta com a presença do professor António Luís Ferronha, historiador e realizador de documentários históricos.
Dois Workshops, um de fotografia digital e outro de dança a 1 e 2 de Dezembro
A palestra “Viagem pela História através da Dança” que vai ser levada a cabo pelo professor António Luís Ferronha, realiza-se amanhã, pelas 21 horas, e é uma iniciativa especialmente dirigida para os professores de educação física, de ginástica, grupos de teatro e escolas de dança, que necessita de confirmação de presença. Outras iniciativas a realizar até ao final do ano vão ser dois workshops, que têm lugar a 1 e 2 de Dezembro, sendo um de fotografia digital e outro de dança. Em relação ao workshop de fotografia digital, que já tem horas marcadas, vai compreender-se entre as 9h30 e as 13h30 e entre as 15 horas e as 19 horas, com o preço de 45 euros para sócios e de 50 euros para não sócios. As inscrições podem fazer-se na secretaria da S.D.U.B. “Os Franceses” ou através dos números 21 207 32 37 ou 96 860 14 04

5 Peças

Quórum Ballet apresenta "5 Peças de Daniel Cardoso"A companhia Quórum Ballet apresenta, sábado, 17 de Novembro, pelas 21h30, no Teatro Angrense, o espectáculo “5 Peças de Daniel Cardoso”, integrado no ciclo “Danças do Mundo na Ilha Terceira”.
A Quórum Ballet é uma companhia de dança contemporânea de repertório que apresenta sensíveis diferenças e um elevado nível de exigência e qualidade nos seus espectáculos.
Em pouco de mais de um ano a Quórum Ballet, sem qualquer subsídio ou apoio financeiro, conseguiu atingir o objectivo de criar uma companhia de repertório de dança contemporânea em Portugal. Com uma estrutura bem definida e permanente, a companhia é presentemente integrada por seis bailarinos, alguns dos quais oriundos do extinto Ballet Gulbenkian, Companhia Nacional de Bailado, Martha Graham Dance Company e Peter Schaufuss Ballet, dois compositores e equipa técnica e administrativa.
“Danças do Mundo” é um evento de projecção nacional que tem como objectivo principal a apresentação de diferentes interpretações da dança na Ilha Terceira.

terça-feira, novembro 13, 2007

Um lago sem água e 100 barbatanas

Na Semana da Dança em Palmela
Dançarte estreia nova criação"Um lago sem água e 100 barbatanas"
Na Semana da Dança em Palmela
Dançarte estreia nova criação
A Dançarte - Companhia residente no Cine Teatro S. João, em Palmela, estreia a sua nova criação na Semana da Dança, com apresentações para as escolas nos dias 21, 22 e 23 de Novembro, e no dia 24, para o público em geral.
A Semana da Dança, que decorre entre os dias 17e 25 de Novembro, é uma organização da Câmara Municipal de Palmela e da Passos e Compassos/Dançarte.
Trata-se da sua 11ª produção para crianças, que pretende sensibilizar os mais novos para as artes e criar novos públicos com mensagens pedagógicas que são transmitidas através da dança, da música, da história e das personagens. As crianças recebem, deste modo, pistas para reflexão sobre formas de partilhar a cidadania numa mesma comunidade.A Semana da Dança, que decorre entre os dias 17e 25 de Novembro, é uma organização da Câmara Municipal de Palmela e da Passos e Compassos/Dançarte.
«Como é que um Lago não tem água mas tem 100 barbatanas?
Obra do Crocodilo Dilo, da Tartaruga Guga, do Hipopótamo Potamo e do Pinguim Guim.Quatro animais especiais, que sabem pensar, falar e dançar e que se encontram, por acaso, num lago sem água.Sozinhos no mundo, estes animais procuram uma família, um lar e amigos para viver em paz, como ouviram falar nas histórias que os avós contaram.Porque se encontram no meio de muitas barbatanas, descobrem que não são iguais e aprendem a aceitar as diferenças de cada um;Através da dança criam amizades. Como é que o crocodilo dança?E o hipopótamo dá voltas até ficar tonto? Será que a tartaruga tira a casa das costas para uma boa dança romântica com o pinguim?Nadam sobre rodas, falam ao telemóvel e navegam de barco na Internet. Para se conhecerem melhor, trocam conhecimentos sobre ambiente, segurança, vida saudável e boa alimentação.Nesta viagem aprendem as palavras comunidade, partilha e solidariedade.Espantados?!? Não!... Não se esqueçam, o Dilo, a Guga, o Pótamo e o Guim são quatro animais, muito especiais...Divertidos, trocam passos de dança, partilham músicas, ensinam princípios mágicos e criam surpresas únicas aos olhos dos mais novos.»
Dias 21 e 22 - 9h30, 11h00 e 13h30Dia 23 - 9h30, 11h00 e 15h00 Um lago sem água e 100 barbatanas
Nova criação da DançArteCine Teatro S. João - PalmelaPré-escolar e 1º ciclo (sujeita a reserva com a Divisão de Educação de Palmela)Entrada livre
Dia 24 - 16h00
Teatro S. João, PalmelaCrianças e famílias
Entrada paga - 3 euros
Ficha Técnica:
Coreografia: Sofia BelchiorComposição musical: António MachadoCenografia e desenho de luz: António Machado e Sofia BelchiorFigurinos: Sofia Belchior e Mariana SantosInterpretação: DançArte - Companhia residente no Teatro S. João, Palmela; Beatriz Pereira, Lucinda Melo, Perrine Bache-Gabrielsen e Rita CardosoProdução: Sofia Belchior e Tânia TeixeiraApoios: Câmara Municipal de Palmela; MC/ IA

quarta-feira, novembro 07, 2007

Quinzena da Dança de Almada

Quinzena da Dança
Está a decorrer até 18 de Novembro, a Quinzena da Dança de Almada, «Contemporary Dance Festival».
A Companhia de Dança de Almada, com o apoio da Câmara de Almada, está a produzir mais uma Quinzena da Dança Contemporânea, com espectáculos, mostras de vídeo-dança, workshops e debates com coreógrafos, apresentados em espaços de Almada, Lisboa, Ericeira, Montijo, Alcochete e Setúbal.
São alguns dos espectáculos deste programa, nos dias oito, nove e 10, no Auditório Fernando Lopes Graça, em Almada, a Companhia de Dança de Almada, apresenta um programa para Escolas, com O Sonho da Princesa Clarice, de Carla Albuquerque e Maria João Mirco.
No dia nove, no Fórum Cultural de Alcochete, no dia 10, no Auditório da Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva, na Ericeira e no dia 16, Cinema–Teatro Joaquim de Almeida, no Montijo, os Solipsism Dance Group, apresentam, «Bloom» de Anna Charalambous,
Na Sala Experimental do Teatro Municipal de Almada, estão previstos espectáculos nos dias 14, 15, 16 e 17. Workshops e ateliers, nos dias 10, 11, na Sala Pablo Neruda, Fórum Municipal Romeu Correia, em Almada e dias 16 e 17 na Sala Experimental do Teatro Municipal de Almada.
O programa completo desta Quinzena da Dança, pode ser consultado em (www.m-almada.pt) ou (www.cdanca-almada.pt).

quinta-feira, novembro 01, 2007

Festival de Dança de Alcobaça

Decorre de um a 17 de Novembro, a primeira edição do «Internacional Exchange Festival», de Alcobaça, que apresenta nove espectáculos.
O «Internacional Exchange Festival», o primeiro Festival de Dança de Alcobaça, vai decorrer de um a 17 de Novembro, em Alcobaça, Leiria e Santa Maria da Feira, com organização da Companhia de Dança Contemporânea e Câmara de Alcobaça.
O festival conta com a participação do Moscow Piano Quartet, da Companhia Nacional de Bailado, do Ballet Nacional da Croácia (TIZ Rijeka), do Quorum Ballet, da Escola de Dança do Conservatório Nacional, da Academia de Dança Contemporânea, do Ad Lib Trio Acústico e da CeDeCe – Companhia de Dança Contemporânea, a entidade organizadora.
O Espectáculo de Abertura terá lugar, no dia um, no Cine-Teatro de Alcobaça, com dança e música ao vivo, pelos, Moscow Piano Quartet e CeDeCe. No dia três, também no Cine-Teatro de Alcobaça, a Companhia Nacional de Bailado.
No Teatro de Alcobaça, no dia nove, o Ballet Nacional da Croácia Teatro Ivan pl. Zajc Rijeka. Dias 14 e 15, no Cine-Teatro de Alcobaça, Uma Viagem Mágica ao Mundo da Dança, com Quórum Ballet.
Dia 16, no Cine-Teatro de Alcobaça, «O Pássaro - A Dança e outras Linguagens», com Academia de Dança Contemporânea, a Escola de Dança do Conservatório Nacional e CeDeCe.
Fora de Alcobaça, realiza-se no dia 10, em Sta. Maria da Feira, no Europarque, um espectáculo com o Ballet Nacional da Croácia e CeDeCe. No dia 11, em Leiria, no Teatro José Lúcio da Silva, espectáculo também com o Ballet Nacional da Croácia e CeDeCe. Nos dias cinco e 13, na Benedita, no C. C. Gonçalves Sapinho, concertos com CeDeCe e Quórum Ballet.
Dia 17, no Cine-Teatro de Alcobaça, tem lugar o espectáculo de encerramento, com dança e música ao vivo, pelo Ad Lib Trio Acústico e CeDeCe.

quarta-feira, outubro 31, 2007

GDA contesta lei sobre contratos dos artistas

Autos da Civilização: GDA contesta lei sobre contratos dos artistas

Espaços de Dança no São Carlos

in O Primeiro de Janeiro
No âmbito do «Espaços de dança» Olga Roriz e Clara Andermatt no S. Carlos
Os espectáculos “Paraíso”, de Olga Roriz, “E dançaram para sempre”, de Clara Andermatt, vão ser apresentados a partir de amanhã no palco do Teatro Nacional de São Carlos, na sequência de uma encomenda daquela entidade às coreógrafas.
Os dois projectos serão apresentados até 9 de Novembro no São Carlos no âmbito de “Os Cenários da Dança”, espaço da programação dedicado à dança contemporânea.Com direcção, selecção musical, cenografia e figurinos de Olga Roriz, desenhos de luz de Celestino Verdades, e arranjos musicais de Renato Júnior, tem a participação dos bailarinos Catarina Câmara, Maria Cerveira, Sara Carinhas, Sylvia Rijmer, Bruno Alexandre e Pedro Santiago Cal.Inspirado no género musical norte-americano, “Paraíso” inclui temas de Gershwin, Bernstein, canções de Boris Vian, Frank Sinatra, Edith Piaf, Chavela Vargas, Marlene Dietrich e Miranda, com a particularidade de algumas canções serem interpretadas por bailarinos.A bailarina Maria Cerveira canta “My Funny Valentine”, Sylvia Rijmer interpreta “Je ne t´aime pas”, Sara Carinhas canta “Homens e Mulheres” e “Bang Bang”, Catarina Câmara interpreta “Milonga del Mono”, e Pedro Santiago Cal “Cantigas de Maio”.O espectáculo - co-produção com o Festival de Leiria, onde estreou - também já foi apresentada no Teatro Micaelense, em São Miguel. “E dançaram para sempre”, nova criação de Clara Andermatt, inspirada no enredo e música originais de “La Boîte à Joujoux” de Claude Debussy - apresenta-se no palco do São Carlos nos dias 9 e 10 de Novembro às 16h00 - resultado de uma encomenda do São Carlos em co-produção com a Companhia Clara Andermatt e o apoio da Fundação EDP. Nesta peça é mantida a música de Debussy, na versão original para piano, interpretada ao vivo por António Rosado. O espectáculo conta com a interpretação dos bailarinos Joana Bergano, Marta Cerqueira, Avelino Chantre, David Almeida, Pedro Mendes e alunos da Escola de Dança do Conservatório Nacional, Carlota Carreira e Marcelino Sambé.

segunda-feira, outubro 29, 2007

Os Portugueses e a Cultura

in Diário Digital
Os portugueses são dos europeus que menos participam em actividades culturais, tendo apenas metade lido um livro no último ano e um quarto visitado um museu ou galeria, segundo um estudo divulgado hoje em Bruxelas pelo Eurostat. O documento do gabinete oficial de estatísticas da União Europeia sobre «a economia da cultura e actividades culturais na UE a 27» revela que os portugueses são dos cidadãos comunitários mais afastados da Cultura, e quando questionados sobre as actividades culturais em que participaram nos últimos 12 meses apresentam os valores mais baixos dos 27 em todos os parâmetros.
De acordo com os resultados do inquérito, já deste ano, apenas 50 por cento dos portugueses leram um livro, 24 por cento visitaram um museu ou galeria, 23 por cento assistiram a um concerto, 19 por cento foram ao teatro e somente 9 por cento assistiram a ballet ou ópera, apresentando Portugal em todos estes casos o segundo valor mais baixo da UE.
A média de europeus que leram um livro é de 71 por cento, 41 por cento visitaram um museu, 37 por cento assistiram a um concerto, 32 por cento foram ao teatro e 18 por cento à ópera ou ballet, e em cada um destes indicadores Portugal só fica à frente, respectivamente, de malteses (45 por cento), búlgaros (20), gregos (21), polacos (18) e romenos (8).
Também são poucos os portugueses que visitaram um monumento histórico (35 por cento, contra média da UE de 54 por cento), frequentaram uma biblioteca pública (24 por cento, sendo a média de 35 por cento) ou foram ao cinema (apenas 35 por cento, longe da média de 51 por cento).
A única actividade cultural que contou com a «participação» de mais de metade dos portugueses inquiridos foi assistir (pela televisão) ou ouvir um programa cultural, mas mesmo neste caso o valor em Portugal (67 por cento) fica distante da média da UE (78 por cento).
Diário Digital / Lusa
29-10-2007 11:59:00

sexta-feira, outubro 26, 2007

Companhia de Gádes em Brasília

in Viva! Jornal de Brasília
Companhia Antonio Gades apresenta clássico da dança moderna, Carmen, na cidade
25/10/2007 - 09:00:45

A companhia espanhola Antonio Gades promete encher a sala Villa-Lobos de sensualidade, com o espetáculo Carmen, que será apresentado nesta quinta-feira. Baseada na obra do francês Prosper Merimé, a peça conta a trágica e intensa história de amor entre a cigana Carmen e o oficial do exército Don José.
Brasília foi escolhida para ser a primeira cidade visitada na turnê pelo Brasil. Depois da capital, o grupo se apresentará no Rio de Janeiro, São Paulo, Recife, Salvador, Curitiba e Porto Alegre.
A peça Carmen é considerada a maior obra do artista. Foram as coreografias fortes e voluptuosas que fizeram com que Antonio Gades se tornasse referência mundial quando o assunto é dança flamenca. O espetáculo tem duração aproximada de 88 minutos e, em Brasília, terá apresentação única.
Antonio Gades foi um dos mais importantes bailarinos e coreógrafos do mundo. Espanhol nascido em Elda, na região de Alicante, ele criou a academia de dança meses antes de morrer. O grupo se empenha até hoje em emocionar platéias do mundo todo com cinco obras que seguem as coreografias originais de Gades: a Suíte de Flamenco (1968), Bodas de Sangre (1974), Carmen (1983), Fuego – Amor Brujo (1989) e Fuenteovejuna (1994).
FormaçãoA companhia é formada por 25 bailarinos, escolhidos pelo próprio Antonio Gades. Além do grupo, o coreógrafo também deixou uma fundação, que tem como objetivo principal difundir a dança espanhola no mundo.
A fundação também promove seminários e cursos sobre as coreografias criativas de Antonio Gades e um concurso internacional de dança espanhola, que leva o nome do próprio bailarino.
O cineasta Carlos Saura fez uma parceria com Antonio Gades na década de 1980. O bailarino trabalhou como ator e dançarino nas produções para o cinema. O resultado foi uma elogiada trilogia flamenca, composta dos filmes: Bodas de Sangue (1981), Carmen (1983) e Amor Bruxo (1986).
A versão para teatro de Carmen foi sendo concebida quase paralelamente às gravações do filme de Saura. E o êxito obtido pelo longa metragem serviu de incentivo para que o espetáculo se tornasse o clássico absoluto da companhia de dança.
Da redação do Jornal de Brasília

quarta-feira, outubro 24, 2007

25 anos de Academia de Dança Contemporânea de Setúbal


Em Setúbal
Academia de Dança Contemporânea assinalou 25 anos de actividade
A Academia de Dança Contemporânea (ADC) assinalou o 25.º aniversário com um espectáculo em que participaram mais de 20 antigos alunos, realizado na sexta-feira à noite, no Fórum Municipal Luísa Todi.
Durante as duas horas de espectáculo, que esgotou a sala, foram vários os gestos de homenagem aos fundadores da ADC, Maria Bessa e António Rodrigues.
Além da participação de antigos alunos, mesmo daqueles que depois de concluírem o curso na ADC seguiram carreiras profissionais distintas da dança, foram interpretadas coreografias de diferentes períodos, como uma criada em 1992 agora levada ao palco pelos actuais alunos da Pequena Companhia da Academia de Dança Contemporânea.
A presidente da Câmara Municipal de Setúbal, Maria das Dores Meira, esteve presente no espectáculo comemorativo e entregou a à directora da ADC, Maria Ruas, um quadro de Rogério Chora.
Antes do espectáculo, foi inaugurada uma exposição fotográfica retrospectiva dos 25 anos de história da ADC e na qual figuram imagens de todos os alunos que passaram por aquele estabelecimento de ensino.
A mostra, intitulada "Há 25 anos a formar bailarinos", está patente até 31 de Outubro no átrio do Fórum Municipal Luísa Todi.
Durante este ano lectivo, a Academia de Dança Contemporânea apresenta um programa comemorativo do 25.º aniversário, que tem como um dos principais objectivos dar a conhecer e aproximar a ADC da população do concelho de Setúbal.
in Rostos 24.10.2007 - 1:17
Rostos On-line - O seu diário digital

segunda-feira, outubro 15, 2007

Ainda Sobre os Intermitentes

Em Maio de 2004 os intermitentes manifestaram-se nas carpetes glamorosas do Festival de Cinema de Cannes.
Na altura, atento ao fenómeno, compilei uma série de notícias que aqui partilho convosco.


Godard quer "fazer saltar o Festival"?
"Nós, os cineastas franceses seleccionados para o Festival de Cannes, queremos exprimir a nossa solidariedade para com o movimento dos 'intermitentes'": é assim que começa o apelo lançado por doze realizadores cujos filmes participam nas diversas selecções do festival de cinema mais célebre do mundo. Entre os assinantes distinguem-se Raymond Depardon, Tony Gatlif, Agnes Jaoui e Benoit Jacquot, que frisam: "Se os 'intermitentes' não existissem, os nossos filmes também não existiriam. É urgente encontrar soluções duráveis." Os apoiantes dos "intermitentes" recusam fazer comentários públicos, para não interferirem nas negociações entre os artistas e a organização do Festival de Cannes.
Em contrapartida, a solidariedade manifesta-se de forma pecuniária: as contribuições importantes dos realizadores financiam as deslocações e as estadias dos artistas e técnicos ao (caríssimo) festival. É neste contexto que corre um boato inquietante: o mítico realizador Jean-Louis Godard, que apresenta um filme em Cannes, fora da competição, terá dado cinco mil euros aos artistas e acompanhado o gesto com uma pequena frase: "Tomem, e façam saltar o festival." Segundo um dos sabotadores da edição de Cannes em 1968, a frase faz tremer os organizadores do festival.


A Vitória dos "Intermitentes"
Quarta-feira, 12 de Maio de 2004
A pressão dos "intermitentes" sobre Cannes acabou por resultar em algumas conquistas para estes profissionais (contratados) do espectáculo, após a reunião de ontem com os organizadores, que a todo o custo tentavam evitar que o festival fosse afectado. Os "intermitentes" vão poder expressar o seu descontentamento face à reforma do sistema de segurança social, que, dizem, os penaliza. E vão poder fazê-lo já hoje, ao final da tarde, na subida da escadaria do Palais pelas vedetas mundiais do cinema, que antecede a abertura oficial do festival. Essa foi a primeira vitória. Foi-lhes ainda disponibilizado um teatro municipal para "local de trabalho e de reunião", diz o comunicado da direcção do festival. As iniciativas acordadas prevêem ainda, sexta-feira, uma conferência de imprensa numa sala de cinema e uma outra no domingo, no Palais, onde vão estar "o 'comité de suivi' (sindicalistas), realizadores e artistas presentes em Cannes". No sábado vão também poder realizar um piquenique numa praia de Cannes, para um "reencontro com o público", diz o mesmo comunicado. No acordo, "os representantes dos intermitentes afirmaram a sua vontade de respeitar a missão do festival - acolher os artistas de todo o mundo e ajudar os filmes".


Cannes Avança, mas com "Intermitências"
Ana Navarro Pedro
Terça-feira, 11 de Maio de 2004
O festival de cinema de Cannes não está ameaçado, mas ainda ontem os organizadores e os "intermitentes" tentavam evitar que o mais importante festival de cinema do mundo seja prejudicado. O próprio primeiro-ministro francês Jean-Pierre Raffarin tentou, ontem também, reduzir as possibilidades de uma acção dos "intermitentes" em Cannes, pedindo para que o organismo responsável pelo subsídio de desemprego abra novas negociações. Seja como for, algo se vai passar amanhã em Cannes, dia em que começa o festival. Será na célebre subida da escadaria pelas vedetas mundiais do cinema? Será nas projecções dos filmes? Ou nas conferências de imprensa? Um destes momentos fortes do festival foi escolhido, em segredo, como principal alvo dos artistas franceses chamados "intermitentes" (porque trabalham apenas com pequenos contratos a prazo) na sua luta. Reclamam uma renegociação da reforma do sistema de segurança social específico desta categoria profissional. Uma reforma feita há já um ano, com o intuito de diminuir o défice da caixa que lhes paga o subsídio de desemprego, mas que os artistas nunca aceitaram. E depois de terem obrigado à anulação da maior parte dos festivais de teatro e de música no Verão de 2003, os "intermitentes" não estão dispostos a deixar passar a oportunidade de fazer as suas reivindicações em Cannes, sob o olhar de 4000 jornalistas de todo o mundo. Determinado, também, a não ceder, o Governo tem dito que a reforma não será alterada. Mas em vésperas da abertura do Festival de Cannes, o novo ministro da Cultura, Renaud Donnedieu de Vabres, tentava chegar a um compromisso. Depois de ter desbloqueado, na semana passada, uma verba de 20 milhões de euros para os casos de maior injustiça - como os das artistas grávidas que ficaram sem cobertura social por não encontrarem trabalho durante a gravidez -, o ministro pediu ontem aos artistas para terem "um gesto" de boa vontade. Por seu lado, o primeiro-ministro, Jean-Pierre Raffarin, afirmou primeiro que estava fora de causa ceder, e acusou os "intermitentes" de se comportarem como "raptores que tomam os festivais como reféns". Mas esta atitude suscitou protestos nas fileiras da sua maioria de direita, e junto dos responsáveis das autarquias organizadoras de festivais - e muito especialmente a de Cannes. Reunidos com sindicalistas do espectáculo num colectivo de controlo chamado "Comité de suivi", os políticos levaram o chefe do Governo a recuar. Raffarin acabou por mudar ontem de atitude. Numa carta endereçada ao UNEDIC, o organismo responsável pelo subsídio de desemprego (em França, são os parceiros sociais - organizações patronais e sindicais -, reunidos em organismos específicos, que gerem as quotizações sociais e os pagamentos dos subsídios de desemprego e das pensões de reforma), Raffarin pediu que abra negociações com os artistas. Ao fim da tarde, uma porta-voz do UNEDIC disse que o sistema pode ser revisto precisamente no caso da artistas grávidas, mas que "está fora de causa" rever a reforma na sua totalidade antes de 2005. Pouco confiante na hipótese de um solução negociada até ao começo do Festival de Cannes, amanhã, os organizadores passaram ontem o dia a negociar com os representantes dos "intermitentes". A ideia era combinar com eles os momentos em que os artistas poderão fazer publicamente as acções de protesto, sem todavia paralisarem ou sabotarem o festival. "Nós queremos ser escutados, mas nenhum de nós deseja rebentar com o que é, afinal, o nosso instrumento de trabalho", garantiam ontem sindicalistas do espectáculo.

Quem São Os "Intermitentes" "
Intermitentes" - São assim chamados não só os "saltimbancos ", mas também os técnicos de som, electricistas, operadores de câmara, costureiras, motoristas, etc. Ou seja, todo o pessoal necessário ao mundo do espectáculo mas que não tem nenhuma garantia de emprego uma vez terminados os respectivos contratos numa produção. 100.000 - Número de "intermitentes" em França que beneficiam de um regime específico de segurança social com um subsídio de desemprego particularmente generoso; 35 mil trabalham no cinema, rádio e televisão, e 65 mil no chamado "espectáculo vivo", como o teatro ou os concertos. 828 milhões de euros - Défice do regime de segurança social dos "intermitentes". 21 por cento do trabalho oferecido pelas televisões públicas é assegurado por "intermitentes" do espectáculo, ou por técnicos forçados a trabalharem com contratos deste tipo. 240 dias de trabalho foi a média fornecida por cada "intermitente" às televisões públicas em 2003, contra 190 fornecidos pelos empregados do quadro.

domingo, outubro 14, 2007

A Intermitência do Trabalho no Espectáculo

Tomei contacto em 1999, em Paris com a Marion Chopin e o Hassene Belaid de um mecanismo de Segurança Social, para trabalhadores do Espectaculo e do Cinema, em que um trabalhador ao ter um ano de trabalho, e em caso de desemprego no ano seguinte, recebia (e recebe) um subsídio mensal do montante igual ao que recebeu no ano anterior. O subsídio pára ao fim de um ano, e sempre que o trabalhador passe a auferir novas remunerações.São os "intermittents du spectacle". Durante as filmagens de les Thibault que tive em Almada, e numa noite de copos no Procópio com o actor Malik Zidi, o produtor francês do filme, uma assistente de adereços também francêsa (pronto, todos franceses, menos eu), e outras pessoas da equipa; rebenta uma discussão entre eles (acerca de cachet's sem se perder direito ao subsídio lá em França :)), e lá pelo fim tive uma aula sobre essa "segurança" mínima da politica francesa para a nossa àrea.

alguns links:

recebi esta achega do meu querido colega e amigo Actor Bruno Schiappa
o docUMENTO Dia de Sensibilização para a Intermitência (19 Outubro) é resultado da elaboração de uma equipa de trabalho que preside uma plataforma que há mais de um ano está a negociar com o governo a regulamentação de um estatuto profissional que enquadre os trabalhadores dos espectáculos como profissionais intermitentes. Nota em relação a propostas de alterações que não foram tomadas em conta:São muito pertinentes, mas não essenciais para esta fase: para ser lido em todos os teatros, nao podemos atacar a falta de horarios ou questoes que dizem directamente respeito à relacao patrao-trabalhador. Pelo menos para este evento. A questao de valorizar o relevo dos profissionais no desenvolvimento cultural e económico como mais valia que justifica a sua defesa é um bom argumento, mas muito economicista para o tipo de comunicado que fizemos e o ambito do mesmo (ser mais pessoal, directo...). Parece-me pessoalmente que ficamos assim com um comunicado curto, directo, coeso, sedutor.Uma equipa que representa a vontade de uma extensa aglomeração de profissionais dos vários sectores do espectáculo e que integra já um vasto elenco. Cada profissional foi expondo as fragilidades profissionais que considerava mais indignas e deu-se início a um processo que, esperamos, venha a ter resultados a curto/médio prazo na dignificação de uma profissão que apesar de tudo continua a ser vista como "usar e deitar fora" sem qualquer olhar mais dignificante ou dgnificado.Obrigado por lerem. BSAgora temos de continuar a convencer toda a gente!

agora o documento difundido na net
Dia de Sensibilização para a Intermitência
19 de Outubro de 2007
Este comunicado que hoje está a ser lido em vários eventos culturais do país representa o sentimento geral dos profissionais das artes do espectáculo e do audiovisual. Sabia que não há enquadramento jurídico que se adeque a estas profissões? Sabia que estes profissionais não podem estar doentes, grávidos, lesionados ou desempregados? Hoje é o nosso dia nacional de sensibilização para a intermitência. Dizemos que somos intermitentes porque o nosso trabalho é sempre descontínuo e temporário. Essa é a natureza das nossas profissões! Trabalhamos sucessivamente de projecto em projecto, com pessoas diferentes e isso implica a mobilidade dos profissionais e permite a diversidade das produções. Queremos ter acesso aos mesmos direitos e às condições básicas de qualquer trabalhador por conta de outrem. Como estes, somos profissionais especializados, cumprimos horários, num local de trabalho específico, sob a direcção duma entidade. Por todas estas razões, precisamos de uma definição legal de intermitência, que nos permita pagar a segurança social de acordo com o salário que recebemos e que nos proteja de situações de carência. Precisamos de um contrato de trabalho adequado à nossa realidade. No último ano, representantes das áreas da dança, do teatro, da música, do circo, do cinema e do audiovisual têm vindo a apresentar e a defender propostas concretas sobre esta questão. Esperamos que este esforço resulte numa lei que nos sirva a todos. Lembrem-se que apagadas as luzes da ribalta existe uma realidade que não pode continuar a ser ignorada. Muito Obrigado e Bom Espectáculo!


Metodologia para estudar dança contemporânea. Existe uma?

idanca.net » Metodologia para estudar dança contemporânea. Existe uma?
Quando falamos em estudo referente à dança contemporânea no âmbito acadêmico, logo advertimos a importância que tem os instrumentos e as perspectivas metodológicas. Estes elementos, que em outras disciplinas gozam de uma definição e uma sistematização mais rigorosa, fruto de anos de tradição acadêmica, se encontram, no caso da dança contemporânea, em um estado ainda embrionário.
Em primeiro lugar, encontramos um fator histórico ao longo da história do Ocidente, que se traduz em uma aversão generalizada do corpo e sua capacidade de gerar especulação teórica e cuja conseqüência mais direta é a falta de tradição em estudos associados à dança.Tal repulsa/aversão, herdada da cultura cristã e reafirmada a partir da ilustração, coloca o corpo e tudo que com ele se relaciona no nível mais baixo da hierarquia intelectual. Mas este corpo é, precisamente, o ponto de partida, o meio de expressão e foco principal do fenômeno que chamamos dança. Estreitamente ligada a este fator histórico, e uma de suas conseqüências mais fatais para o estudo, é a questão das fontes. O investigador que se propõe iniciar um estudo sobre o tema encontra numerosas dificuldades para encontrar e consultar os documentos necessários para realizar seu trabalho. É um fato concreto que as fontes referentes à dança contemporânea, e não à dança em geral, são bem mais escassas, até mesmo frágeis, pouco acessíveis.
Por outro lado, existe um segundo fator que intervém diretamente no estudo da dança a partir de uma perspectiva teórica e que, ao contrário do anterior, surge da própria natureza do fenômeno dançado: seu caráter performativo. A dança é, quiçá, de todas as artes cênicas, a que mais claramente sofre os efeitos resultantes de sua condição efêmera, já que não dispõe de um registro fiel sobre o qual especular, investigar ou reconstruir (o restante das artes cênicas tampouco dispõem de sistemas de registro absolutamente eficazes, mas, no geral, deixam um maior número de indícios sobre em que se basear a investigação. A aparição do vídeo supõe sem dúvida um grande avanço, pois permite registrar e reproduzir a peça dançada em qualidade audiovisual aceitável. Em troca, o vídeo também tem suas limitações, mas não é comparável à experiência ao vivo do ato cênico e reduz a sensação tridimensional, uma vez que oferece um ponto de vista concreto e fixo. Não existe pois, até o momento, nenhuma mídia que possa substituir a autêntica experiência cênica que, ao ser tão física e tão visual, dificilmente se pode traduzir em palavras. Frente a outras disciplinas artísticas como a literatura, a escultura ou a pintura, que têm um suporte de expressão estático, a dança se caracteriza por ser dinâmica, já que se expressa e se manifesta a través do movimento. Isto dificulta enormemente o seu estudo, fazendo difícil sua reprodução exata e veraz, e nos obriga a recorrer a fontes paralelas para tentar compreendê-la.
Outra das peculiaridades próprias da dança, que condiciona sua análise, é a dificuldade de enfrentar objetivamente o objeto de estudo. Isto se deve à presença de uma série de elementos que condicionam a apreciação de uma representação dançada e que esboçamos/formulamos de forma breve/brevemente. Por um lado temos a interpretação, que se faz necessária em toda arte performática e que supõe sempre uma reelaboração, uma criação nova, viva e mutante, que afeta o resultado final da obra. Além disso , o espectador, esperto ou profano, compartilha com o intérprete a experiência do corpo e seus modos de percepção e relação com o que o rodeia. É muito difícil separar o objeto de nosso interesse, o corpo que dança, da experiência corporal própria, porque precisamos sentir, pensar e atuar através do nosso corpo. Como então abordar um estudo destas características absolutamente convencidos de nosso rigor crítico? É a pergunta que fica no ar, constituindo um dos principais objetivos da crítica e investigação da dança. Não obstante, existe uma certa - ainda que escassa - tradição epistemológica referente à dança contemporânea, que resumiremos a seguir. Trata-se de uma série de estudos que, em geral, criaram sistemas metodológicos de outras disciplinas como a História, a Antropologia, os estudos de gênero ou a fenomenologia e os adaptaram com maior ou menor sorte à investigação sobre dança.
Uma das primeiras aproximações ao fenômeno da dança, a partir do âmbito acadêmico, provém dos estudos antropológicos. Este enfoque metodológico é muito adequado para um tipo de investigação ao redor da origem da dança como ritual e sistema de coesão social nas sociedades primitivas. A investigação antropológica se interessa por todos os valores da dança como expressão da espiritualidade e como elemento fundamental de uma estruturação social completa. Mas o certo é que a dança começa a se articular a partir do século XX como um fenômeno com fortes implicações estéticas associadas à modernidade e pós-modernidade, perdendo parte de suas funções originais e assumindo múltiplas e diversas perspectivas, que requerem estratégias de aproximação específicas.
Os estudos históricos também têm tido uma importante presença em determinados focos de reflexão sobre a dança. De fato, a maioria da bibliografia que encontramos atualmente segue esta linha metodológica. A vantagem deste tipo de aproximação é que proporciona um número importante de dados muito úteis para o investigador e os apresenta de uma forma ordenada e exaustiva. Não obstante, os estudos históricos com freqüência caem em uma mera enumeração e em uma presunção de fronteiras estilísticas forçada e fora da realidade. Também é comum que estes estudos acusem uma falta importante de reflexão teórica e de atenção sobre aspectos tão importantes como os motivos de aparição ou as implicações sobre a própria disciplina dancística dos diferentes estilos que analisa. E são muitas as referências a uma série de fenômenos derivados do caráter performativo da dança e da presença do corpo em cena: como a problemática sujeito-objeto, os mecanismos da percepção, a relação entre o físico e o psicológico, etc…, que são básicos para entender o fenômeno da dança contemporânea.
A história da dança como disciplina artística tem estado ligada, ao menos no mundo ocidental, à história das mulheres, pois estas têm sido, em maior grau do que em outras esferas da cultura, quem têm transcendido como bailarinas ou coreógrafas. Tendo em conta este fato, não é de se estranhar que os estudos de gênero têm se ocupado frequentemente em suas investigações das manifestações da arte dançada. Esta classe de aproximações metodológicas, que reivindicam o estudo e a reflexão de certos aspectos associados à feminilidade relegados pela história tradicional, como a sensualidade, as emoções ou a intuição, têm encontrado na história da dança um campo fértil onde desenvolver suas teorias. Neste sentido, o estudo da dança permite pôr em relevo uma série de valores que, ainda que tradicionalmente repelidos pelo mundo acadêmico, apresentam estreitos paralelismos com os interesses da história de gênero, e que tem a ver, fundamentalmente, com uma reflexão mais profunda sobre o corpo e sua história.
Por último, e de um modo especialmente interessante, encontramos os estudos que, a partir do âmbito da fenomenologia, se tem levado a cabo sobre a dança e, em particular, sobre a dança contemporânea. Precisamente deste campo se iniciou, a partir dos anos sessenta, fundamentalmente no âmbito anglo-saxão, uma importante reflexão sobre as estratégias metodológicas no estudo da dança como as suas manifestações mais recentes. A fenomenologia parte da experiência como principal elemento a partir do qual se constrói a reflexão teórica e estuda as transformações que ocorrem na confrontação entre objeto e sujeito. Este método oferece a possibilidade de ter em conta aqueles aspectos que se ativam em nossa percepção no momento da experiência concreta. Estes aspectos, que são tão necessários para a compreensão profunda da dança concebida como um contínuo presente, são dificilmente redutíveis à linguagem da razão, ao qual a maioria dos estudos acadêmicos recorrem. O conhecimento intuitivo proposto pela fenomenologia não pretende formular conceitos fechados, como ocorre em outras disciplinas científicas, sino que trata, através da evocação da experiência, de chegar a uma compreensão mais completa do fenômeno de estudo. Além do que, a metodologia fenomenológica considera os diversos processos e transformações dos fenômenos como uma rica fonte de conhecimento. Isto resulta especialmente interessante no estudo da dança, uma arte que não deixa de ser transformação contínua da idéia de movimento a través do tempo e do espaço. Uma arte que utiliza um instrumento, o corpo, em contínua troca.
Para finalizar, ainda que existam aproximações ao feito específico da dança desde disciplinas acadêmicas tão diversas como as que acabamos de nomear, ainda está por vir o nascimento de uma metodologia para o estudo da dança contemporânea que se origine a partir de suas condições específicas. Em todo caso, e tratando-se de uma disciplina relativamente recente, esperemos que em um futuro próximo possamos vê-la. Estou convencida disso, pois os últimos anos têm sido cruciais para o desenvolvimento de novas perspectivas metodológicas motivadas por um interesse cada vez mais crescente por este fenômeno tão complexo que é a dança contemporânea.
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por Nuria Trigueros · 11/10/2007

segunda-feira, outubro 08, 2007

Cartazes Novos



Carlos Barradas, sempre surpreendente. Para mim é o maior ilustrador, visualizador, artista gráfico português.
Realizador da RTP, autor de Banda Desenhada. O blog do Carlos é uma pequena janela sobre a sua imensa obra.
Meu grande amigo, é o autor dos novos cartazes a preto e branco dos nossos cursos.

quarta-feira, outubro 03, 2007

Homenagem a Jorge Donn

segunda-feira, outubro 01, 2007

Évora : Temporada de Dança

DianaFM - Évora : Temporada de Dança começa hoje
Évora : Temporada de Dança começa hoje sexta-feira, 28 Setembro 2007 A 5ª Temporada de Dança de Évora, dedicada às Novas Linguagens Cénicas começa hoje na cidade, com duas apresentações do espectáculo "The Convent", pela companhia Norueguesa Jo Strømgren.Até Maio a cidade acolherá oito espectáculos, todos eles com pelo menos duas apresentações, num total de 18.“É a nossa melhor programação de sempre”, afirmou à DianaFm o coreógrafo Rui Horta, Director Artístico do "O Espaço do Tempo", estrutura encarregue da programação da Temporada de Dança de Évora.O espectáculo "The Convent", uma peça cheia de humor, abre o programa deste ano pelas 21h30 no Teatro Garcia de Resende.

quarta-feira, setembro 26, 2007

O Século da Dança : o boletim por email

Todas as novidades no boletim "O Século da Dança" que pode já subscrever, preenchendo e enviado a janela em baixo.









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terça-feira, setembro 11, 2007

A Dança do Luís Arruda


Ele era elegante, nasceu magro e com 2o e poucos anos tinha um respeitavel bigode de elegancia oitecentista, bem tratado.Vinha de São Miguel, nos Açores, e veio integrar aquela turma de Rapazes incrementada em 1983, na Escola de Dança do Conservatório.Tantos anos depois, é bom saber notícias do dançarino de folclore micaelense, que dançava com a elegancia do classico. Conterraneo do Luis Xarez, o marido da Isabel Merlini.Segue a notícia do site Açores ponto net




Coliseu recomeça este mês aulas de dança de Luís ArrudaAs novas aulas de dança do Coliseu Micaelense iniciam-se neste mês de Setembro para o ano lectivo 2007/2008, retomando assim, pelo terceiro ano consecutivo, uma tradição pública que marcou a história da maior casa de espectáculos dos Açores durante as décadas de trinta e quarenta. A iniciativa é do professor Luís Arruda e começa nos dias 18 e 20 de Setembro, estando as inscrições a serem efectuadas na bilheteira do coliseu.

Estas aulas destinadas ao público em geral decorrerão em duas classes distintas que funcionam uma vez por semana, num dia à escolha, sendo uma às terças-feiras entre as 20h e as 22 horas e a outra às quintas-feiras das 18h30 às 20h30. Em ambos os dias são leccionadas as modalidades de Danças de Salão e Danças Latinas, sendo a primeira hora dedicada à Valsa, Tango, Foxtrot ou Slowfox e a segunda parte reservada para Samba, Salsa, Merengue, Bolero, Rumba ou Cha-cha-cha.
A formação continuará a decorrer na “Sala Santos Figueira”, durante um período lectivo compreendido entre os dias 18 de Setembro de 2007 e 26 de Junho de 2008, que inclui cerca de quatro dezenas de aulas, ou seja, 80 horas de formação. Neste ano lectivo, os alunos do professor Luís Arruda poderão integrar a Dança de Quadrilha que será apresentada no “Baile de Fantasias” dos Grandes Bailes de Carnaval do Coliseu Micaelense.
O responsável pelo ressurgimento das aulas de dança do Coliseu Micaelense, o conhecido professor e bailarino Luís Arruda, habilitado com o Curso de Dança do Conservatório Nacional, pretende desta forma continuar a reavivar uma tradição iniciada nos anos 30 pelo professor Manuel Joaquim de Matos, no foyer do então Coliseu Avenida.

sábado, setembro 08, 2007

Plataforma dos Intermitentes

Caros Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual,
O Partido Socialista prepara-se para aprovar ainda este mês a lei do governo sobre a intermitência.Esta lei DETURPA todas as nossas propostas e não apresenta nenhuma medida para ajustar a segurança social à nossa realidade laboral. Após um ano de discussões, propostas e acções da Plataforma dos Intermitentes, o governo pretende arrumar o assunto de forma escandalosa : com piores condições de trabalho para os profissionais do espectáculo inseridos numa estrutura fixa e ignorando novamente a condição do intermitente.
Para mais esclarecimentos, e para não deixar esta fraude impune, apareçe nesta SEGUNDA dia 10, às 18h00 no MAXIME,na pça da Alegria (Metro Avenida).
programa:18h-18h15 apresentação da proposta do governo 18h15-19h45 debate19h45-20h15 resoluções
Divulga SFF, para qualquer esclarecimento:intermitentes@gmail.com
--------------------------------------------------------------- A Plataforma dos Intermitentes é constituida pelas seguintes organizações:AIP- Associação de Imagem Portuguesa, Associação Novo Circo, ARA – Associação de Assistentes de Realização e Anotação, ATSP – Associação dos Técnicos de Som Profissional, Granular - Associação de Música Contemporânea, PLATEIA - Associação de Profissionais das Artes Cénicas, REDE - Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, RAMPA, Sindicato dos Músicos, SINTTAV- Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual, STE - Sindicato das Artes do Espectáculo.

domingo, setembro 02, 2007

Escola Conservatório associada de Lausanne

in O Primeiro de Janeiro:

"Escola do Conservatório Nacional torna-se associada do Prix de Lausanne A Escola de Dança do Conservatório Nacional foi aceite como associada do Prix de Lausanne, passando a integrar a lista das melhores escolas de dança do mundo, disse à Lusa Pedro Carneiro, vice-presidente do conselho executivo. “O Prix de Lausanne é um concurso de dança cujos primeiros seis premiados obtêm uma bolsa para estudar numa escola de uma lista à escolha”, explicou o responsável. “A lista é composta por escolas que têm de estar certificadas e que são algumas das melhores do mundo”, precisou. A Escola de Dança do Conservatório Nacional apresentou a sua candidatura, foi visitada por elementos da comissão de certificação e recebeu em Julho a resposta afirmativa, segundo Pedro Carneiro, que é também professor naquele estabelecimento de ensino. Junta-se, assim, a algumas das mais conceituadas escolas de dança do mundo, como a Academia Vaganova, de São Petersburgo, a Royal Ballet School, de Londres, a Escola Nacional de Ballet do Canadá, em Toronto, e a School of American Ballet, em Nova Iorque. A competição do Prix de Lausanne é reservada a jovens estudantes de dança de todas as nacionalidades, com idade entre 15 e 18 anos que pretendam prosseguir uma carreira profissional. Com a duração de uma semana, o concurso realiza-se anualmente no final de Janeiro desde 1973."

sexta-feira, agosto 24, 2007

Menino entre meninas


este tema de ser Rapaz e estar na Dança, toca-me sempre porque coomigo era o mesmo.
in correio da manhã

por Teixeira Marques
Alexandre Joaquim tem estilo e gosto pela dança Alexandre Joaquim, natural de Faro, de sete anos, não tem dúvidas quanto ao seu futuro: “Só me sinto feliz a dançar, pelo que quero ser bailarino.”
Triste porque, nas férias, “só posso dançar em casa”, Alexandre luta contra a discriminação dos colegas da Escola de S. Luís, em Faro, onde é excelente aluno do 8.º ano. “Chamam-me nomes, por preferir dançar a jogar futebol”, queixa-se. Desde que aprendeu a andar nunca mais deixou de dançar, e aquele pequeno corpo parece levitar no espaço, nunca estando parado, realizando exercícios que vai elaborando na sua cabeça.
Inscrito na Companhia de Dança do Algarve desde os quatro anos, Alexandre é o único menino entre dezenas de meninas.
“A Companhia tem cerca de 120 alunos e apenas três rapazes: eu, o Sávio, com 22 anos, e o João, de dez anos, pelo que no meu grupo sou o único menino, entre cerca de 50 meninas”, afirma, desgostoso e revoltado, porque “às vezes chamam-me menina”, lamenta-se.
Três aulas semanais de dança, de duas horas cada, sob a orientação de credenciados professores da Companhia de Dança do Algarve, vão moldando o corpo de Alexandre Joaquim, que já participa, ao lado das meninas, como é óbvio, nos espectáculos do grupo.
“É uma grande felicidade e adoro ouvir os aplausos”, confessa o jovem bailarino, considerado uma promessa da dança clássica.
O piano é outra paixão de Alexandre, embora sem a força da dança, mas quem o ouve tocar garante que há ali vocação.
Recentemente, a convite da professora da escola, organizou e coreografou uma dança num espectáculo do estabelecimento de ensino, “que foi um êxito mas que não chegou para convencer os meus colegas que é melhor dançar do que andar aos pontapés numa bola”, afirma, triste por não conseguir arregimentar mais dançarinos.
“O que interessa é que vou tocar piano e dançar, dançar muito...”, garante, convencido de que com a sua pertinácia irá concretizar os seus sonhos, contra todos os preconceitos.

quarta-feira, agosto 22, 2007

A Bela Adormecida


22 de Novembro de 2007 às 21h30 no Coliseu de Lisboa27 de Novembro de 2007 às 21h30 no Coliseu do Porto

É no dia 3 de Janeiro de 1890 que estreia «A Bela Adormecida», bailado que marca o primeiro encontro entre Marius Petipa e Piort Illitch Tchaikovsky. A Bela Adormecida representa o ponto culminante da «Ballet Symphonique», como será desenvolvido ao longo do Sec. XIX. Os dois principais temas do bailado, o bem (na Fada dos Lilazes) e o mal (na Fada Carabosse), são a linha básica da estrutura musical e na qual Petipa tem uma intervenção inovadora na colaboração com o compositor, transformando subtilmente as ordens de Vsevolojsky, o tradicionalista e definitivamente aliado a Tchaikovsky, realiza um sinfonismo coreográfico inovador, no qual a simbiose musical/bailado ultrapassa os conceitos do mero devertimento.
No primeiro acto, quando Aurora se pica com o fuso, a música reflecte de forma expressiva o sono que se aproxima e que a deixa adormecida um século. Outro momento superior é no prólogo, o adágio e as variações das fadas formam o climáx da colaboração sinfónica. No segundo acto o acento é especialmente colocado no adágio de Aurora com os quatro principes, assim como no terceiro acto, quando se festejam as Boda de Aurora, é o adágio das personagens centrais, tempos fortes na acção músical e por consequência na coreografia.
Por esta razão «A Bela Adormecida» é uma das obras mais representativas do bailado clássico puro, quase de linguagem abstrata, onde prevalece e afirma-se como demonstração da arte clássica.

sábado, agosto 11, 2007

A Cortina


A Cortina - The top video clips of the week are here

Já lá vão doze anos, mas é delicioso ver-me em 1995 a ensaiar uma peça de Ana Calafate feita para ser apresentada (e que nunca foi, por culpa da (des)organização de um senhor chamado Gonçalo da Câmara Pereira) no Padrão dos Descobrimentos na véspera do Casamento dos Duques de Bragança.
A coreografia é da Ana, em homenagem ao nosso saudoso mestre Tony Hulbert.
A música é de Addinsel (Concerto para Piano e Orquestra).
Bailarinos: eu e a Rita Nunes Ribeiro (Rita Énerre).

quinta-feira, agosto 09, 2007

Quorum Ballet actua em Nova Iorque

in Sol
A companhia portuguesa Quorum Ballet vai participar no Downtown Dance Festival, em Nova Iorque, com a apresentação de dois espectáculos, nos dias 23 e 25 de Agosto, com coreografias da autoria do director artístico, Daniel Cardoso
Em declarações hoje à Agência Lusa, o responsável referiu que esta será a primeira digressão da companhia de dança contemporânea aos EUA, em resultado do convite para participar no festival, e adiantou que em Novembro também se apresentará na Dinamarca.
Criado em 2004, o Quorum Ballet é uma companhia de reportório residente nos Recreios da Amadora, composta pelos bailarinos Daniel Cardoso e Teresa da Silva, que passaram pela Martha Graham Dance Company, de Nova Iorque, Mónica Gomes e Iolanda Rodrigues, do extinto Ballet Gulbenkian, e Filipe Narciso, da Companhia Nacional de Bailado.
Daniel Cardoso nasceu em Lisboa há 30 anos e iniciou os estudos de dança com nove, frequentou a Escola de Dança do Conservatório Nacional de Lisboa, trabalhou na Companhia Nacional de Bailado, foi bailarino principal da Martha Graham Dance Ensemble, e trabalhou também com coreógrafos como Susan Stroman, Steve Rooks e Kenneth Topping.
O Quorum Ballet também trabalha habitualmente com os músicos e compositores Jorge van Zeller, Jorge Silva, Francisco Fernandes e Halina Berezowska, além de uma equipa técnica e de produção.
A companhia teve a sua estreia em Dezembro de 2005, nos Recreios da Amadora, com a apresentação de quatro peças do programa 5 Peças de Daniel Cardoso e actuou entretanto em Lisboa, em Santa Maria da Feira, Loulé, Campo Maior, Portalegre, e na cidade de Arhus, na Dinamarca.
«Somos uma companhia que trabalha a tempo inteiro, e sobrevivemos dos espectáculos que apresentamos e de um grande empenho por parte de todos os elementos que a compõem», disse o director artístico, sublinhando que não tiveram até ao momento qualquer apoio do Ministério da Cultura.
Os apoios institucionais vieram do Governo Civil de Lisboa, «que tornou possível a viagem a Nova Iorque para participar no festival de dança», da Câmara Municipal da Amadora, com a disponibilização das instalações para ensaios e espectáculos, e da Câmara Municipal de Lisboa, que tem fornecido materiais de divulgação do trabalho da companhia.
Também estabeleceram parcerias com outras entidades, nomeadamente a Agência Baixa Chiado, com a qual assinaram um protocolo para fazer três espectáculos este ano, a Artes em Trânsito, para a apresentação de espectáculos em duas cidades do país, e a AQK Associação Quorum Cultural para cedência de espaço.
Relações, Uma Viagem Mágica ao Mundo da Dança, Quorum Ballet/Corvos e Clepsydra são outros dos programas já produzidos pela companhia, que tem também realizado workshops com crianças em parceria com escolas e câmaras municipais.
Lusa/SOL

terça-feira, julho 31, 2007

Ciranda da Bailarina



(30/7/2007)Criança usa imagem do balé como tática de sobrevivência


Nos sinais da Cidade, sensibiliza a figura da bailarina com vestes sujas e cabelo espetado (Foto: Francisco Souza)


Menina vestida de bailarina chama a atenção e comove entre os pedintes em avenidas do Papicu e Água Fria
Todo mundo tem pereba, lombriga, unha encardida. Só a bailarina que não tem, já dizia Chico Buarque na música “Ciranda da Bailarina”. Mas, de repente, entre carros e ônibus de Fortaleza, no barulho do trânsito, surge a figura borrada de uma bailarina com vestes sujas, cabelo espetado e pés no chão pedindo dinheiro nos sinais.
A menina tem apenas 10 anos e vem comovendo alguns motoristas com sua seqüência de passos, que lembram bailarinas de caixinha de música. Mas por que? O que faz com que esta figura tenha destaque maior entre os vários outros performers de rua com seus malabares, narizes de palhaço ou demonstrações de habilidades físicas.
“A bailarina é uma figura limpa, responsável, dedicada. Nada de mau acontece com ela. Então, quando um adulto vê uma criança vestida de maneira, logo faz uma transferência deste imaginário associado a oportunidade de uma vida melhor”, avalia Rosa Primo, que é coordenadora de Dança da Funcet e doutoranda em Sociologia pela Universidade Federal do Ceará (UFC)
Só que esta menina foge a este imaginário. A “bailarina” das ruas conta que apenas ganhou a roupa de uma vizinha e achou interessante para usar como estratégia para se diferenciar dos outros pedintes. Nunca fez aula de balé, nunca passou por um projeto social e nem sonha em ser bailarina.
Portanto, a figura e a história desta menina formam contrastes. Até porque a figura da bailarina clássica típica não anda descalça e nem passa fome. Mas esta em especial está ali, nos sinais, buscando a sobrevivência crua do dia-a-dia, de ter dinheiro para comer. Os colegas que vêm com ela da Praia do Futuro tentam imitar sua performance, com o mesmo objetivo.
“Esta menina não tem para si um sonho de Cinderela. Sua performance é uma possibilidade de sobrevivência. Não tem como finalidade atender a algum apelo consumista. Sendo assim, esta situação quebra com a expectativa, muito difundida pelos projetos sociais, de que a arte tira as pessoas da rua e dá a elas uma oportunidade de trabalho”, analisa Alexandre Barbalho, professor do Mestrado em Políticas Públicas da Universidade Estadual do Ceará (Uece).
Para o professor, a estratégia desta “bailarina” funciona porque atinge o desejo coletivo de que a menina tenha um sonho de Cinderela.
“As pessoas pensam: podia ser meu filho, minha filha. E o complexo de culpa da sociedade vem à tona”, pontua Alexandre Barbalho.
Malabarismo social
Para o professor César Barreira, coordenador do Laboratório de Estudos da Violência (LEV) da Universidade Federal, o fato dos projetos sociais, privados e governamentais, estarem focando ações nas atividades artísticas pode estar contribuindo para o surgimento dos “artistas de rua”, que vão para os sinais em busca de um trabalho informal.
Malabares em punho, nariz de palhaço em ação, show pirotécnico, argolas, demonstrações de habilidades físicas fazem parte do arsenal adquirido por parte das crianças e adolescentes. Só que, ao invés de um trabalho bem remunerado, alguns estão encontrando nos cruzamentos uma forma de adquirir dinheiro para a sobrevivência diária.
E enfim, Chico Buarque tem razão ao concluir que “Sala sem mobília / Goteira na vasilha / Problema na família / Quem não tem / Procurando bem, todo mundo tem...”.
Thaís Gonçalves Repórter

terça-feira, julho 17, 2007

Eugenia Feodorova

Morre no Rio a bailarina Eugenia Feodorova - O Globo Online

Na tarde desta segunda-feira, dia 16 de julho, faleceu Dona Eugênia Feodorova. Internada no Hospital São Silvestre, Dona Eugênia não resistiu a complicações decorrentes de uma operação realizada anos atrás. Data, horário e local do enterro ainda não foram divulgados. Feodorova estreou no Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 1958 como Maitre de Ballet e coreógrafa e montou, pela primeira vez na América do Sul, O Lago dos Cisnes completo.
Abaixo, um texto escrito pelo coreografo Roberto Oliveira:
Falar de Dona Eugenia não é tarefa das mais fáceis, mesmo neste momento no qual estou em tão próximo contato com ela, já que tomei a decisão, com o seu ‘expressíssimo’ consentimento, de assumir a sua Escola para poder assim levar adiante esta incrível bagagem de ensinamentos e de informações que eu, e tantos outros alunos, tivemos a chance de receber. A mestra – como sempre foi carinhosamente chamada - é figura das mais complexas. Sua personalidade é forte, marcante, de sutis contornos em contraponto a um grande cromatismo emotivo. Falar a respeito de alguém como ela – alguém este pelo qual nutro um carinho e respeito infindáveis – não é algo que me saia facilmente neste teclado.
Meu primeiro contato com Dona Eugenia se deu em 1982, quando eu tinha dezessete anos e fui bater na Rua Santa Clara 98/cobertura à procura de uma bolsa de estudos – era aluno do INEARTE (antiga Maria Olenewa), que na época tinha fechado para reformas. Procurava e precisava de uma informação mais sólida referente ao balé clássico. Sentia intimamente que me faltava algo na formação até então recebida, e não sabia bem que lacuna era esta. O que consegui descobrir, sem demora, ao entrar em contato com a Mestra e suas aulas.
Dona Eugenia tinha – e tem – uma cultura e formação que ia além da melhor maneira para a execução de todo e qualquer passo do balé clássico. Com ela, podíamos descobrir os diferentes aspectos sobre o mesmo (desde sua história, origem, contexto até a aspectos musculares e anatômicos). Não se falava sóem balé, mas em história, em música, literatura, escultura. Durante aqueles anos passados na Academia pude receber uma incrível gama de informações que iam desde o estudo da nomenclatura dos passos em francês até detalhes sobre arquitetura barroca e composição musical. Com ela, o balé ganhava um significado mágico, amplo, de um espectro que parecia abraçar, não só os passos, mas a vida por inteiro. Acho que era isso: com ela, a dança era inteira, total, sem fronteiras. Dona Eugenia era pop, hippie, zen, filósofa… Tudo isso e tudo de um pouco mais. Ela nos iniciava não só nesta arte de 400 anos através dos ensinamentos da Escola Vaganova. Ela nos iniciava na arte da procura, da insatisfação, da insuficiência: faltavasempre algo, podia ser sempre mais, podíamos e deveríamos ir sempre mais além. Além de nós mesmos. E voltarmos sempre à inesgotável fonte de ensinamentos da Mestra Vaganova, que foi mestra de sua mestra. Porto seguro de todos os portos, e ponto de partida para tantos outros.
As aulas com Dona Eugenia eram verdadeiras viagens. Especialmente para a Rússia. Ela é mais russa de que qualquer e todo russo que assim o crê ser. Defendia, e defende, com unhas e dentes a história e glória de sua terra epovo. Terra e povo que foram dizimados durante a última grande guerra. Guerra esta que também a dizimou em parte. Isso também estava em suas aulas. Suas histórias durante este período, suas ausências, perdas, seus primeiros passos na França. Seu encontro com Madame Preobajenska, suas histórias envolvendo um jovem coreógrafo de Marselha – um tal de Maurice Béjart – aluno como ela pelos estúdios de franceses do pós-guerra. Sua vinda para oBrasil, aportando no Rio de Janeiro no dia da morte de Getúlio – um dia cinza, feio, com chuva. Ela sempre disse que o Rio nasceu para ter sol, sempre sol – ela, a mais apolínea de nossas educadoras de dança…
E muita magia, encanto. Seus gestos e movimentos eram sempre carregados dedoçura, perfeição de execução e intenção. Nada em excesso. Dona Eugenia é grega. Grega clássica: “nada em excessos” - equilíbrio de formas, intenções, conceitos. Éramos todos gregos naquela “academia”: discípulos desta que nos levou a inusitados passeios, diários, de duas horas de duração. Chegávamosargonauticamente prontos para o embarque. Lembro-me de suas mãos tocando na barra, sua contagem poliglota (ela ia do russo ao francês passeando entre o português e o espanhol: rás, var tri, quatre, cinq, seis, siete…). Seuinconfundível sotaque permeava as combinações que seguiam à risca a partitura tocada pela pianista. Sua franqueza, por vezes cáustica, não poupava ninguém. Era das poucas professoras que recusava um aluno se o mesmo não mostrava talento e aptidão para o balé. Tantos foram por ela alijados aos ensinamentos da arte de Petipa. Fazíamos parte de um grupo por assimdizer “fechado”: os alunos da Dona Eugenia – em contraponto aos da “vizinha”, Dona Tânia.
Falar de Dona Eugenia no passado é também errado. A Mestra está e sempre estará presente em cada aula que nós alunos dermos no recém batizado “Espaço Feodorova” – e em qualquer espaço outro que pela frente aparecer. Esta nossa arte, não é só a arte da troca, da escuta, do corpo a corpo. É a arte docorpo e alma, da alma com alma. Ela continua conosco, vai dar curso de formação para professores, vai escrever suas memórias, vai remontar o “Lago” – vai continuar nos fazendo cativos desta sua tão preciosa bagagem ehistória. Carregaremos estes grilhões para sempre, e os passaremos adiante.
E é de corpo e alma que todos nós, neste novo “Espaço”, nos dedicaremos nesta arte tão incrível na qual fomos iniciados pela Mestra Eugenia Feodorova: a arte de iniciar na arte do acreditar.por Idança · 16/07/2007

quarta-feira, junho 27, 2007

Ultimas Wellenkamp

A notícia do dia para a Dança Portuguesa: Vasco Wellenkamp é o novo director
artístico da Companhia Nacional de Bailado.
Coreografo (sempre) em alta, este homem (sempre ) do momento, que foi um
bailarino muito modesto mesmo, ganhou nos anos 70 e 80 a confiança de Jorge
Salavisa, tornando-se o coreografo residente do Ballet Gulbenkian, depois do
sucesso de "Danças Para Uma Guitarra".
Nos anos 90 funda a sua Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo, que
está num grande momento: a par do Royal Ballet, do Hell's Kitchen Dance de
Mikhail Baryshnikov e do Ballet Nacional de España, actuará em Madrid no
Centro Cultural de la Villa, nos dias 5 e 6 de Julho, com o Bailado
"Amaramália".



in "Diario de Notícias da Madeira"
Vasco Wellenkamp assume a Direcção Artística da Companhia Nacional de Bailado O coreógrafo Vasco Wellenkamp assume a Direcção Artística da companhia de bailado em Outubro Data: 27-06-2007
O Ministério da Cultura anunciou hoje que o coreógrafo Vasco Wellenkamp assume a Direcção Artística da Companhia Nacional de Bailado a partir de 1 de Outubro.
Wellenkamp sucede no cargo a Mehmet Balkan, cujo contrato termina a 30 de Setembro.
«Esta sucessão resulta de um entendimento alcançado entre o Ministério da Cultura e Mehmet Balkan», precisa o Ministério da Cultura.
O Director indigitado dará uma conferência de imprensa a 3 de Julho, no Teatro Camões, em Lisboa.



Do Sol online:
«Estou muito satisfeito com este convite. É um novo desafio e um trabalho muito importante nos meus 40 anos de carreira», avaliou o fundador e director da Companhia Portuguesa de Bailado Contemporâneo (CPBC), que remeteu para uma conferência de imprensa marcada para 3 de Julho, no Teatro Camões, em Lisboa, uma declaração formal sobre a nomeação.
Na terça-feira ao final da tarde, o gabinete da ministra da Cultura, Isabel Pires de Lima, divulgou uma nota a anunciar que Vasco Wellenkamp assumirá a partir de 1 de Outubro a direcção artística da CNB, sucedendo a Mehmet Balkan, cujo contrato termina a 30 de Setembro.
A saída de Mehmet Balkan, que entrou na CNB em Setembro de 2002, surge na sequência de um «entendimento alcançado» com o MC, indicava ainda o comunicado oficial.
Vasco Wellenkamp encontra-se neste momento em ensaios com a CPBC para apresentar quinta-feira e sábado, no Centro Cultural Olga Cadaval, no âmbito do Festival de Sintra, o espectáculo de dança Requiem, com coreografia do director e música de Benjamin Britten (Sinfonia de Requiem op. 20)
O futuro director artístico da CNB iniciou a carreira artística em 1961 na Companhia Verde Gaio, dirigida por Margarida Abreu e Fernando Lima, e sete anos mais tarde estabeleceu uma colaboração com o Ballet Gulbenkian.
Nos anos 70, através de uma bolsa do MC, estudou dança moderna na Escola de Martha Graham e dança clássica com Valentina Pereyslavec, no American Ballet.
Como bolseiro da Gulbenkian frequentou o curso especial para coreógrafos e compositores na Universidade de Sussex, em Inglaterra.
Entre 1977 e 1996 foi coreógrafo residente, professor de dança moderna e ensaiador do Ballet Gulbenkian, leccionando também na Escola de Dança do Conservatório Nacional e como professor coordenador na Escola Superior de Dança.
Com o apoio do MC e das câmaras de Lisboa e de Cascais criou a própria companhia (CPBC), em Janeiro de 1999, para a qual tem criado diversas coreografias, apresentadas em Portugal e no estrangeiro.
É desde Setembro de 2003 director artístico do Festival de Sintra para a área da dança.
Em 1994, foi condecorado com o grau de comendador da Ordem do Infante D. Henrique por Mário Soares, Presidente da República.
Lusa/SOL

terça-feira, junho 26, 2007

A Bela Adormecida, pelo Ginasiano

Passei um ms de Abril que nunca mais esquecerei quando era bailarino
convidado do Ginasiano para interpretar o mestre de cerimonias no Teatro
Carlos Alberto no POrto. Ficamos instalados no Hotel Malaposta, na Rua da
Conceio, eu, a Ana Calafate, o Nuno Bizarro, e a Rosario Vale.

incrivel como uma pequena academia de Dana em Gaia tinha a grandeza de
esprito e nobreza para anualmente montar grandes bailados e usar seus
alunos nas Operas do Rivoli com o Circulo Portuense de Opera, do casal de
grandes empreendedores, de Maria Jos Graff e seu marido.

O Ginasiano para muitas vezes caminhamos eu , a Ana e o Bruno palmilhando do
Porto pela ponte e pela Avenida da Republica de Gaia, at freguesia de
Mafamude, onde paravamos no caf Angola, para manducar umas francesinhas,
era superiormente orientado pela Ftima ?? (cujo Pai se falava ter sido
proprietario do primeiro automovel de Vila Nova de Gaia), a brasileira
Rosanne Amorim, e a Joana Carneiro (cuja saudosa irm havia precocemente
falecido).

Tempos de grande fora de ser jovem, inexperincia nossa. Mas o carinho
daquelas pessoas algo que ainda me vem memoria 20 anos depois. Em
momentos como este em que acabo de ver no "Janeiro" a proxima montagem da
Bela Adormecida, pelo Ginasiano.

Bailado da estreia reverte para a Acreditar

Ginasiano acorda Bela Adormecida

O Ginasiano Escola de Dana apresenta o bailado A Bela Adormecida, entre
os dias 1 e 8 de Julho, no Auditrio Municipal de Vila Nova de Gaia. A
receita da estreia, marcada para as 21h30, ser oferecida Acreditar -
Associao de Pais e Amigos de Crianas com Cancro.

O espectculo A Bela Adormecida uma adaptao livre do bailado homnimo,
com coreografia de Marius Petipa, baseado no conto de Charles Perrault e
msica de Piotr Illitch Tchaikovsky. A iniciativa encerra o ano curricular
do Ginasiano e pretende colocar em palco centenas de bailarinos e alunos
desta escola de dana durante os oito dias de bailados, numa organizao do
Ginasiano e da empresa municipal Gaianima.

O espectculo da noite de estreia, a 1 de Julho, ser a favor da Acreditar,
instituio particular de Solidariedade Social com implementao nacional,
que desenvolve um intenso trabalho de apoio s crianas com cancro e s suas
famlias. O Ginasiano tem colaborado com a Acreditar atravs do envolvimento
em actividades culturais e da participao voluntria no IPO de uma docente
da Escola de Dana. A Acreditar desenvolve o seu projecto contando,
essencialmente, com os associados, o voluntariado, donativos e fundos
angariados.

A Bela Adormecida estar em cena, no Auditrio Municipal de Vila Nova de
Gaia, de 1 a 7 de Julho s 21h30, e no dia 8 s 17h30. O espectculo de
dana manter a ndole clssica do conto, assim como os seus personagens
principais, mas contar com algumas surpresas, motivadas pela verso bailada
por cerca de 400 crianas e jovens, entre os 5 e os 18 anos de idade,
repartidas por trs elencos diferentes.

O Ginasiano existe desde 1987, sendo a nica escola da zona Norte
reconhecida oficialmente e que forma profissionais na rea de dana. Tambm
idealiza e produz espectculos, tanto escolares como artstico-profissionais
A instituio tem protocolos com o Ministrio da Educao, autarquias e
outras entidades de Educao e Cultura, realizando intercmbios destinados
formao no Pas e no estrangeiro.

A direco artstica de Marcelo Ferreira, com coordenao coreogrfica de
Carla Sofia Duarte, Catarina Costa e Silva, Claudia Regina Gonalves, Graa
Ferreira, Elena Martynova, Euvaldo Queiroz, Isabel Ariel, Joana Carneiro,
Joana Castro, Marcelo Ferreira, Maria Pia Barroso, Mariana Brando, Paula
Moreno e Sara Afonso. Gladstone Menezes assina a cenografia e Rui Damas o
desenho de luz. O desenho de figurino da responsabilidade de Helena
Medeiros e a produo de figurino coube a Sara Moreira.

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Repertrio

incontornvel

O bailado estreou em S. Petersburgo a 3 de Janeiro de 1890 e nunca deixou de estar presente em repertrios de companhias de dana, tendo como base a coreografia original de Marius Petipa, embora com diferentes verses. Foi criado a partir de uma intensa relao entre a coreografia de Petipa e a msica de Piotr Illitch Tchaikovsky. Baseado num conto de Perrault, ao estilo francs do sc. XVIII, exige um numeroso elenco, com corpo de baile e solistas. Cada uma das quatro partes, um prlogo e trs actos, oferece sequncias de transformaes mgicas e vrias danas. No III acto so perfilados contos infantis como O Gato das Botas, Cinderela, Pssaro Azul, Capuchinho Vermelho e o Polegarzinho.