quarta-feira, novembro 14, 2007

CDL com acção de despejo :(

Companhia Dança Lisboa contesta acção de despejo da Câmara

A Companhia de Dança de Lisboa (CDL) contesta a acção de despejo do Palácio dos Marqueses de Tancos, na costa do Castelo, de que é alvo por parte da Câmara de Lisboa, tendo colocado na internet um abaixo-assinado para sensibilizar a autarquia.
José Manuel Oliveira, fundador e director da CDL, afirmou à Lusa que «tudo se fará para impedir este despejo», que qualificou de «injusto», tanto mais que a companhia ocupa os salões nobres do palácio ao abrigo de um protocolo assinado em 1993, quando era Jorge Sampaio o presidente da Câmara.
«Esse protocolo foi assinado por dez anos, sendo automaticamente renovável», assinalou José Manuel Oliveira.
O mesmo responsável indicou estar online o abaixo-assinado «Não ao despejo e consequente extinção da Companhia de Dança de Lisboa» - http://www.petitiononline.com/NdespCDL/petition.html - mas não excluiu o recurso aos tribunais.
«O nosso advogado está a analisar o processo e não excluímos a possibilidade de recorrer aos tribunais», disse.
José Manuel Oliveira afirmou ter evitado «o estado de iminente ruína» que o palácio corria «dados os vários desmandos de que o edifício foi alvo».
O palácio, que resistiu ao terramoto de 1755, foi vendido pelos marqueses de Tancos aos Armazéns do Chiado em 1875, para acompanharem o rei D. Miguel no seu exílio na Áustria.
Os Armazéns do Chiado instalaram nele escolas e fábricas após o 25 de Abril de 1974 e em 1980 venderam-no por 35.000 contos à Câmara de Lisboa «para o defender da destruição que estava a ser alvo».
«Desde que a CDL tomou conta dos andares nobres do palácio em 1986 já gastou mais de 300.000 euros em obras de restauro», referiu Oliveira, que denunciou haver «jogos de interesse» relativamente ao palácio e se declarou «alvo de perseguições».
A CDL «é a única companhia independente em Portugal, que não recebe qualquer subsídio», salientou.
À história do palácio está ligado o pintor Carlos Botelho que ali instalou o seu atelier.
O atelier do «pintor de Lisboa» é actualmente a casa de um guarda «ali colocado por Irisalva Moita, na altura directora dos museus municipais que queria travar a delapidação deste património», indicou ainda Oliveira.
A CDL existe desde 1984, tem actualmente oito bailarinos e estreou este ano um novo espectáculo em Santiago de Compostela (Noroeste de Espanha, «Na abertura do horizonte - a Cidade da Utopia», dedicado a José Afonso e a Agostinho da Silva, estando actualmente a preparar uma digressão.
A Lusa tentou, sem resultado, obter declarações de responsáveis da Câmara de Lisboa sobre esta matéria.
Diário Digital / Lusa
14-11-2007 16:06:00

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